domingo, 26 de setembro de 2010

O Filme do Pão

Deu-se que os produtores de Um Para Oito Milhões, fascinados com a inesperada premiação, acharam-se sedentos por um novo filme conjunto. Um que fosse ainda melhor que o premiado, pois este é sempre o objetivo deles, e que usasse algum elemento absurdo e crítico, inspirados pelas recentes produções surrealistas.
A idéia do filme remonta um passado remoto em que, antes mesmo de terem a idéia de Um Para Oito Milhões, pensou-se nesta situação pitoresca de dois rapazes que não tinham idéia de onde comprariam pão na cidade de São Paulo. Há aqueles que jurem que o filme começou a ser filmado antes do premiado, também. O início inicial mostrava os dois personagens nas mesmas roupas e mesmas camas vistas no Metafilme, dando a entender que o filme do pão seria, efetivamente, uma continuação deste. Essas cenas teriam sido rejeitadas, contudo, e esquecidas.
A idéia teria sido resgatada para dar base ao novo filme, e foi elaborada durante caminhadas pelas ruas de Pinheiros. Inicialmente, decidiu-se que os personagens caminhariam de Pinheiros até a Sumaré, tomariam o metrô e com tomadas mostrando os nomes de diversas estações, eles procurariam pão na Liberdade, Pátio do Colégio, Galeria do Rock, Shoppings, Oscar Freire (com câmeras escondidas, nas lojas caras). As questões da segurança e do tempo ficando curto com a viagem deste redator se aproximando acabaram limitando o nosso itinerário aos arredores de Pinheiros e Paulista.
Outro problema enfrentado foi a burocracia de filmar em determinados lugares. Nós gostaríamos de dar os nossos desagradecimentos à Premiere Video por nos fazer passar por uma novela kafkiana antes de nós desistirmos de filmar lá. Mas nós também gostaríamos de agradecer muito pessoas super bacanas, como o Seu Jorge, corretor da casa pra alugar que nos deixou super a vontade pra filmar o que quiséssemos por fora e por dentro, a Mulher Prateada, por ser simpática, se interessar pelo nosso filme e autorizar o uso da imagem dela, a funcionária do metrô que não encrencou com as nossas filmagens e se interessou pelo nosso trabalho, e os funcionários da Padaria, que também autorizaram a filmagem no estabelecimento.
Tivemos a participação especial do Edu, como os burocratas da empresa, filmando alguns trechos e zelando pela segurança da câmera em outros, do Tiago Schützer, que também filmou e zelou pela câmera, e do Otto Schützer, pela companhia na praça de noite.
Antes de começarmos o filme, efetivamente, dedicamos cerca de três noites à produção de uma nova introdução em stop motion, que mostraria um explorador de brinquedo cruzando uma piscina e andando por uma mata fechada, até encontrar o nosso dinossauro de brinquedo, que estaria assistindo a um filme da AWA & Lesma. Teriam sido quatro noites, não tivesse o explorador sumido no fim da terceira.
O fim deste filme ainda é incerto. Há quem acredite que ele envolve um musical, que já foi filmado e gravado com um conjunto de jazz bastante razoável, mas que toda esse trabalho perdeu-se, de uma forma ou de outra. Algumas fontes dizem que este final será refilmado, e outras que um novo final será feito. De qualquer forma, não se espera uma segunda parte pronta até o ano que vem.

E agora, sem mais delongas, O Filme do Pão:

Aviso aos Navegantes

No momento, um terço da nossa equipe de três está do outro lado do mundo. A situação deve se normalizar no fim deste ano, e a produção conjunta recomeçará no início do ano que vem. Ou não. Mas estaremos juntos novamente.
Nesse meio tempo, a AWAFilmes está produzindo filmes independentes, como a resposta à promoção Nunca Perca seu Dinossauro, do Maspoxavida, e a Lesma Filmes está produzindo o que talvez se torne um longa metragem sobre a vida na Nova Zelândia. Este último não é certo que seja publicado, e se for, que seja publicado na íntegra, pois trata-se de um conjunto de memórias que podem não ser interessantes ao público geral. Eu garanto, no entanto, que tá ficando simpático.

Aquele abraço!